Regina Casé e sua inteligência por trás das câmeras.


Como as coisas mudam por trás da televisão. Talvez seja um grande preconceito, mas existe um grande universo além da TV, nesse caso, baseado na Palestra que tivemos com Regina Casé, a apresentadora do Programa Esquenta. Não imaginaria nunca ter aprendido tanto em 2 horas de bate papo. Sem sombra de dúvidas entra para o hall das melhores palestras que já ouvi.

Ela falou muito conosco sobre as séries que já fez, de como conseguiu abordar dos temas da periferia de forma que pudesse sair do plano café com leite de que a periferia é um amontoado de pobres e principalmente, dialogar e conectar todos os setores da sociedade, de forma que eles estejam num patamar de igualdade. Não falo daquela igualdade social, mas sim de uma igualdade de oportunidades de ser feliz, ou seja, de você poder morar numa favela, ter grandes problemas de infra estrutura, mas não ter aquela necessidade de ser coitado o tempo todo.

Algo muito importante que me tocou mais que qualquer coisa em suas palavras, foi a questão de tentar fazer com que as pessoas sejam acompanhadas após sua exposição na TV ou de qualquer outra forma. Ela deu esse exemplo, falando das pessoas das comunidades que sao expostas na TV e que não possuem um feedback de como sua vida ficará após aparecer na telinha. Lembrei logo de nós, Parceiros do RJ, que de certa forma, representamos nossas periferias e que tivemos uma exposição na TV completamente diferenciada e que irá, sem sombra de dúvida, fazer com que nossas vidas mudem bastante.

A TV ainda é um objeto cultural de desejo. Aparecer num programa, seja como convidado ou trabalhando faz sua vida mudar significativamente. Temos uma cultura extremamente vaioda, que óbviamente, valoriza quem é mais popular, ter maior exposição e coisas do gênero. Talvez por isso, a periferia também tenha saído um pouco do mapa, pois ao longo da história, sua alto estima dentro das novelas, programas de TV e etc, não eram tão igualitários.

Hoje, temos um cenário um pouco diferente. Temos ganhado bastante força graças ao terceiro setor, graças a internet, graças as novas lideranças comunitárias e culturais que circulam as favelas/periferias/subúrbios. Creio que seja uma grande oportunidade para que todos nós, sejamos lembrados com uma produção de conteúdo nossa sabe, por isso valorizo muito a internet, pois conseguiremos através das alternativas, criar um ambiente propício para tomar de assalto a TV. É isso. 

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